sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Gestão do lixo

Reciclagem

Nos últimos anos, o volume de lixo urbano reciclado no Brasil aumentou. Entre 2003 e 2008, passou de 5 milhões de toneladas para 7,1 milhões, equivalente a 13% dos resíduos gerados nas cidades, segundo dados do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre).
O setor movimenta cerca de R$ 12 bilhões por ano. Mesmo assim, o País perde em torno de R$ 8 bilhões anualmente por deixar de reciclar os resíduos que são encaminhados aos aterros ou lixões, de acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente. Isso porque o serviço só está presente em 8% dos municípios brasileiros
“Se os resíduos são misturados, em geral, apenas 1% pode ser reciclado. Se há a separação correta, o índice de aproveitamento passa para 70% ou mais”, explica a diretora-excutiva da Brasil Ambiental, Marialva Lyra. Ela destaca a importância da coleta seletiva para o processo da reciclagem.
Catadores
O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) surgiu no final dos anos 90 e hoje está presente em praticamente todo território nacional por meio de 600 bases, entre associações e cooperativas, e de 85 mil catadores organizados.
“Noventa e nove porcento do material reciclável que vai para a indústria passa pelas mãos dos catadores organizados e não organizados”, relatou o articulador e um dos fundadores do movimento, Eduardo Ferreira de Paula, também secretário da Rede Latino Americana e do Caribe de Catadores.
O Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos de 2009, realizado pela Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, apontou que a participação das associações de catadores com apoio da prefeitura na coleta seletiva ocorre em 30% das cidades brasileiras. 
lei 11.445 estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e permite que as prefeituras contratem as organizações de catadores para fazer o trabalho de coleta seletiva. “Assim as cooperativas viram um negócio e não apenas uma atividade social”, afirma Eduardo Ferreira de Paula. 
Para a socióloga, Elisabeth Grimberg, coordenadora-executiva do Instituto Polis, as prefeituras são fundamentais. “O poder público municipal terá que investir e coordenar todo processo e implantar tecnologias voltadas para a reciclagem e co-implementar processos de integração dos catadores, associações e cooperativas”, afirma.
O alumínio é o campeão de reciclagem no País, com índice de 90%, segundo os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável de 2010 do IBGE. Isso se deve ao alto valor de mercado de sua sucata, associado ao elevado gasto de energia necessário para a produção de alumínio metálico.
Para o restante dos materiais, à exceção das embalagens longa vida, os índices de reciclagem variam entre 45% e 55%. 

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Especialista diz que reciclagem no Brasil alcança menos de 2% de todo o potencial

da Agência Brasil

O Brasil ainda tem 4 mil lixões e apenas 30% a 40% do lixo total coletado no país são dispostos em aterros sanitários adequados. Além disso, a reciclagem  é muito baixa no Brasil, segundo avalia o secretário da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP), Antonio Simões Garcia. Ele informou que os serviços de aproveitamento de material descartado não transformam no país sequer 2% do volume que pode ser reciclado.

À Agência Brasil, Garcia disse que estão “muito próximos da realidade” os números divulgados hoje (14) na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo os quais apenas 40% do lixo separado dentro de casa pelos brasileiros são coletados seletivamente ao chegarem na rua.

Alex Cardoso, da coordenação nacional do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), acrescentou que, do total de lixões ainda existentes no Brasil, 1,7 mil estão na Região Nordeste. “Chega a ter cidades com dois lixões”, informou. O MNCR avalia que há grande mobilização da sociedade em torno da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que exige a coleta seletiva para municípios com mais de 30 mil habitantes.

Na avaliação de Cardoso, no entanto, esse processo ainda é “tímido” no Brasil, “porque a política já tem dois anos e cerca de  40% dos municípios brasileiros ainda têm lixões e não dispõem de sistema de coleta seletiva”. O integrante do MNCR lembra que, até 2014, os lixões terão que ser desativados. Segundo ele, com a  implantação da coleta seletiva e a desativação dos lixões, haverá também a inclusão dos catadores.
 
O MNCR está preocupado com a disposição de alguns municípios de incinerar os resíduos para geração de energia. Alex Cardoso avaliou que  essa é uma atividade negativa. Além de ser uma tecnologia cara, não inclui os catadores e é prejudicial à saúde humana e ao meio ambiente, na medida em que libera gases causadores do efeito estufa.

Rita Sairi Kogachi Cortez, técnica do Instituto Gea, disse à Agência Brasil que o avanço do país em coleta do lixo “é  muito pequeno em relação ao número de resíduos gerados”. Ela ponderou, contudo, que o “despertar” da população está ocorrendo, porque as pessoas se  mostram interessadas em participar cada vez mais do processo de separar o seu lixo.

Segundo ela, é necessário que se criem  mais coletas e mais cooperativas de catadores, “para que a coisa possa caminhar melhor no Brasil”. O Instituto Gea é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que tem entre as finalidades assessorar a população a implantar programas de coleta seletiva de lixo e reciclagem.

A defesa dessa estratégia é compartilhada por André Vilhena, diretor do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), associação sem fins lucrativos dedicada à promoção da reciclagem com base no conceito de gerenciamento integrado do lixo. Disse que, nos últimos dois anos, desde a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, “houve um incremento significativo [das atividades de reciclagem], mas ainda muito longe do desejado”.

Vilhena comentou que, nesse período, cresceu o número de prefeituras oferecendo serviço de coleta seletiva ou ampliando o serviço onde já existia. O problema para a desativação dos lixões, segundo ele, é que a população brasileira se concentra nos grandes centros, em especial próximos ao litoral. “Se nós conseguirmos avançar nessas regiões de maior densidade populacional, com certeza nós vamos equacionar boa parte do problema”.

O diretor do Cempre disse que, para ter todo o território com a situação equacionada, existe a possibilidade de os municípios serem apoiados, por meio de financiamento do governo federal, para a formação de consórcios que vão elaborar os planos de resíduos e construir os aterros sanitários.

Segundo o diretor do Cempre, se forem formados 450 consórcios no Brasil, a questão será resolvida, “porque, em alguns estados, um aterro sanitário pode atender até 150 municípios”. Para ele, a solução é a melhor também pelo ponto de vista econômico. “Não faz sentido você ter um aterro sanitário para municípios com 10 mil ou 15 mil habitantes”.

E-mail: cepro.rj@gmail.com 

sábado, 3 de agosto de 2013

Saiba plantar em recipientes caseiros

Garrafas, potes e bacias podem ser interessantes na hora de dar cara nova ao jardim.
Quer dar novos ares para o jardim da sua casa sem gastar muito? Que tal aproveitar os utensílios que já possui na hora de plantar? Jarras, bacias,xícaras, telhas e até mesmo baldes podem substituir, com facilidade e beleza, os tradicionais vasinhos de cerâmica. Mas, antes de começar a jardinagem, é importante investigar se os recipientes – em especial as embalagens de produtos de limpeza – não possuem resquícios de elementos tóxicos como cloro ou ferrugem.
Para impedir que tais resíduos contaminem a planta, uma alternativa interessante é impermeabilizar a parte de dentro do recipiente, o que também aumentará sua durabilidade. Outro aspecto que deve ser observado durante a escolha do utensílio alternativo é o tamanho da raiz da planta. Muitas espécies como fícus e jabuticabeira têm estruturas grandes e fortes, o que exige recipientes espaçosos. Já plantas de raízes mais finas, como o bambu-da-sorte, se adaptam facilmente em vidros e suportes delicados.
Além disso, a quantidade de água é outro ponto que merece atenção, pois espécies como brilhantina, copo-de-leite e bambu-mossô devem ser regadas periodicamente e plantadas em solo úmido. Desse modo, a sobrevivência da planta será garantida pelo controle adequado de água no recipiente. Caso não haja meios para que o excesso de umidade saia, o ideal é monitorar – e diminuir se necessário – a quantidade de regas, sem deixar que o vegetal resseque ou a raiz apodreça.
“Ao usar recipientes alternativos, a pessoa deve se preocupar em reproduzir o ambiente ideal para a espécie, fazendo que ela se desenvolva como se estivesse em um vaso”, ressalta Marcos Brancher, paisagista e diretor da MbFlores.
Na hora de adaptar os utensílios, é importante também evitar o uso de materiais que absorvam muito calor – como objetos de metal – pois acabam ressecando a terra. “Se não for possível investir em outro objeto, o melhor será escolher plantas resistentes e que aguentem temperaturas elevadas”, afirma Daniela Sedo, paisagista. “Entre as opções disponíveis, tente não usar pneus, já que ressecam e ganham rachaduras quando expostos ao sol”, diz.
Confira abaixo algumas ideias bacanas para você inovar o jardim da sua casa:
A chaleira de alumínio foi usada como recipiente alternativo no cultivo das flores. Foto: Arquivo Pessoal/Yvone Pereira
Até mesmo rolos de papel higiênico foram usados para adaptar uma sementeira. Foto: Arquivo pessoal / Reciclagem, Jardinagem e Decoração
Tem canos de plástico sobrando? Use-os como uma alternativa sustentável e bonita . Foto: Arquivo pessoal / Reciclagem, Jardinagem e Decoração.

Garrafas de plástico também podem ser usadas como recipientes alternativos. Antes de plantar, certifique-se da limpeza do utensílio. Foto: Arquivo pessoal / Reciclagem, Jardinagem e Decoracao
Para fugir dos vasos tradicionais, o balde de ferro foi usado para cultivar flores. Foto: Arquivo Pessoal/Yvone Pereira.
Fonte: www.ig.com.br